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"Saudade devia ser que nem puta, da e vai embora."

“Encontrei um buquê de palavras jogado ao chão. Quem perderia uma tão bela raridade? Andei por tanto tempo procurando o dono daquelas frases indecifráveis que acabei me perdendo. A gente se perde em lugares esquisitos, não é? Às vezes o nosso pensamento parece um labirinto sem saída. O cheiro das flores era agridoce e quase suspiravam junto ao meu coração, como se as lembranças felizes e doces se unissem ao amargo frio da saudade. Nunca soube exatamente o que era um buquê de palavras, mas certa vez encontrei um. E eu me achei entre aquelas palavras, como se um belo poema pudesse ler-me e não o contrário. As rosas me acompanhavam numa sinfonia única e gentil, que ajudava-me a encontrar a saída do labirinto. E quando eu sai daquele labirinto insólito, soube que as palavras tem um enorme poder. O cheiro daquele livro velho, quando o abrimos em uma página qualquer e encontramos uma poesia com traços do passado é o cheiro daquele buquê tão singular no mundo. Mas em um buquê há várias rosas meu bem, o que as torna também plural. Ao distribui-las, você terá um buquê de sorrisos. Que vale bem mais do que a poesia de qualquer autor.”

Eu acredito nas casualidades,

nos encontros, nas passagens.
Nas conversas que temos, nas músicas que cantamos. No que somos e nunca deixamos de ser.
Eu acredito que podemos ser muito fortes, muito mais. Podemos ser como todos, e o tudo pode ser capaz.
Eu quero suas mãos, suas ideias e defeitos, que me ensine o seu jeito, enquanto aprende o meu.
Quero que faça sentido, que seja proibido, mas que entre nós todos não exista lei.
Quero ser tudo que tem graça, que tem gosto e da pra sentir.
Quero o que mais me da vontade, e quero vontade pra prosseguir.
Quero voar, mergulhar, morrer e matar a vontade de querer.